Revelados detalhes do evento de 21 de abril em Olímpia; seis dias depois, símbolo Olímpico será passado para o Rio 2016 em Atenas.
Ino Menegaki segura a tocha dos Jogos Sochi 2014 no papel de alta sacerdotisa (Foto: Getty Images/Milos Bicanski)
O Comitê Olímpico Grego (HOC) apresentou na terça-feira (5), no estádio Panathinako, em Atenas, vestimentas e detalhes das cerimônias de acendimento e de passagem da tocha Olímpica para o Rio 2016.
A Tocha será acesa em Olímpia, palco dos Jogos na Antiguidade, em 21 de abril. Depois de levada a diversos pontos da Grécia (entre elas, Tessalônica e Maratona, além das ilhas de Corfu e Zante), ela será passada ao Comitê Organizador Rio 2016 em 27 de abril, no estádio Panathinaiko, em Atenas, local histórico onde foram realizadas os primeiros Jogos da era moderna, em 1896.
Spyros Kapralos, presidente do Comitê Olímpico Grego, reforçou a data histórica do 5 de abril: “Além da importância atemporal para o nosso país, esse acendimento da tocha coincide com o aniversário de 80 anos da primeira vez em que a chama foi acesa para os Jogos Olímpicos modernos, no solo sagrado de Olímpia, em 1936”.
“O acendimento da Tocha liga a antiga e a moderna civilização. Ele apresenta para todas as gerações os ideais e valores nascidos na Grécia Antiga e que atravessaram o mundo todo, incorporando os sentidos de cultura e de paz”
Spyros Kapralos, presidente do Comitê Olímpico Grego
Confira a rota da Tocha Rio 2016 na Grécia:
Kapralou adiantou que o COG, em associação com as Nações Unidas e o Comitê Olímpico Internacional (COI), já selecionou a pessoa que irá representar os refugiados em Eleonas, campo estabelecido na Zona Oeste de Atenas, para abrigar migrantes de países em conflito: é um sírio, cujo nome ainda será anunciado.
As duas cerimônias, dirigidas por Fotis Kaymenakis, terão sacerdotisas usando roupas da estilista britânica (de origem cipriota) Eleni Kyriacou, retrabalhando cortes das túnicas clássicas com cores que remetem às paisagens gregas: o verde das oliveiras e também os azuis (turquesa e claro) do mar. “Quando elas estão paradas, todas as roupas parecem iguais, em tom turquesa claro. Quando começa a dança, as costuras internas abrem, revelando variações”, adiantou Eleni. O material usado é lã de ovelhas da raça Merino (de origem portuguesa), a mais usada em tecidos finos).
“Meu objetivo era manter a essência do espírito da Grécia Antiga e tornar o mais encantador possível esse momento em que o mundo será levado a um solo sagrado”
Eleni Kyriacou, criadora das roupas das sacerdotisas na cerimônia de acendimento da tocha Olímpica
'Sacerdotisas' durante a cerimônia de acendimento da tocha dos Jogos Londres 2012 (Getty Images/ Milos Bicanski)
Na cerimônia, 30 sacerdotisas caminham em direção ao templo de Hera, onde os raios do sol, direcionados por um espelho côncavo, acendem a pira Olímpica. Depois, no altar, um ramo de oliveira (o kotinos, símbolo de vitória e honra), é cortado. A procissão segue para o Estádio Antigo de Olímpia, onde 12 sacerdotisas e 12 dançarinos começam uma coreografia, criada por Artemis Ignatiou, em duas partes. A primeira é inspirada em antigas estátuas gregas (kouroi, com homens nus, e korai, mulheres segurando oferendas). A segunda, chamada “As Nereidas”, homenageia as ninfas que, segundo a mitologia, controlavam ventos e mares bravios.
A música a ser dançada, inspirada na tradição, leva a assinatura de Yannis Psimadas, e será interpretada com flautas, liras, gaitas de fole antigas e muita percussão, em compassos complexos como 10/8 e 5/8.
A alta-sacerdotisa será interpretada pela premiada atriz grega Katerina Lechou. Já na cerimônia de passagem da topa, no estádio Panathinako, outra celebridade local, o astro pop Sakis Rouvas (que chegou a competir no salto com vara durante a adolescência) vai cantar, liderando a campanha de incentivo aos atletas gregos nos Jogos Rio 2016 (“Ellada Boris”, apelidada em inglês de “Greece You Can”).
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